Historia 

A ilha de São Nicolau está situada a norte do arquipélago de Cabo verde, entre os paralelos16º 40, 16º 29N e os meridianos 24º 00 e 24º 30W, integrando o grupo das ilhas de Barlavento e localizando-se, praticamente, no centro do arquipélago.
Com uma área de 343 km2 e com cerca de 13.310 habitantes, mostra o resultado de um passado vulcânico muito activo. Monte Gordo com 1304 m é o ponto mais elevado da ilha e a ele confluem dois maciços, um no sentido norte/sul e outro no sentido este/oeste.Um ano após o descobrimento de Cabo Verde, nomeadamente das ilhas do sul, S.Nicolau foi avistado pelos emissários da corôa portuguesa. Corria o ano de 1461 e, de acordo com fontes credíveis, a ilha terá sido avistada a 6 de Dezembro desse ano.
Com o passar do tempo, as pessoas demoraram a chegar, devido possivelmente, ao relevo montanhoso e de difícil acesso. Nos meados do século XVII, teve finalmente início o povoamento com o surgimento de uma pequena aldeia no Porto de Lapa. Em 1653, pouco tempo depois, para fugir aos constantes ataques dos piratas que vinham da Europa à procura do ouro, os habitantes de Porto de Lapa fugiram em direcção ao então verdejante Vale da Ribeira Brava, situada no centro da ilha e, hoje, a capital do município.
 
A ilha com uma economia fundamentalmente agrícola, está sujeita a secas, mas ainda assim com potencialidades agrícolas. As primeiras plantações de café em Cabo Verde surgiram em S.Nicolau, no séc. XVIII, cedendo depois o lugar à cana-do-açúcar, à urzela, à purgueira e ao algodão. A pecuária, pesca, comércio e ultimamente prestação se serviços constituem outros sectores de actividade. Presentemente o turismo, particularmente, o rural, é uma actividade com grandes potencialidades, se bem que ainda, insuficientemente explorada. 
 
Município da Ribeira Brava foi formado a partir da cisão do antigo concelho de São Nicolau em dois novos concelhos. O concelho da Ribeira Brava é constituído por duas freguesias: Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora da Lapa.
A sede do concelho é Ribeira Brava, uma vila com ruas estreitas e onde, pela sua arquitectura e simbolismo, se destacam a Igreja Matriz e o Seminário-Liceu, este aberto em 1866. Durante muitos anos foi o centro da intelectualidade cabo-verdiana, e também o berço do movimento literário “Claridade”, um marco para a literatura cabo-verdiana, fundado por nomes como Baltazar Lopes, Manuel Lopes, João Lopes e Jorge Barbosa em 1936, distingue-se como um importante foco de cultura que veio influenciar várias gerações de intelectuais cabo-verdianos.
 
 
A sua antiguidade e tradicional religiosidade, semearam o município da Ribeira Brava de cerimónias singulares e de monumentos de inconfundível peculiaridade, com destaque para a sempre atractiva e multissecular Igreja Matriz, sempre imponente na sua riqueza e majestade.
Monumentos
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, na Vila da Ribeira Brava, ilha de São Nicolau, será a mais antiga igreja existente e em funcionamento em Cabo Verde. Construída nos finais do século XVIII, foi mais tarde reconstruída tal como hoje se apresenta, a partir de 1890, tendo as obras demorado sete anos e sendo a nova basílica inaugurada a 8 de Maio de 1898. 
A Igreja de S.Nicolau foi Sé nos tempos em que o Bispo de Cabo Verde se mudou de Santiago para a Ilha de S.Nicolau em busca de melhor clima e tranquilidade. Foi guardiã de um tesouro valioso de que resta o belo cálice de ouro, deixado na Igreja depois do Bispado ter regressado à capital com todo o seu espólio. 
De realçar que em todos os estudos sobre o percurso da Igreja Católica em Cabo Verde a época de S. Nicolau (1866 – 1940) é tida como um momento decisivo não só para a consolidação da igreja no nosso país, como também para a formação intelectual e moral das ilhas. Durante esse período os bispos passam a residir definitivamente na Ilha de S. Nicolau
 
  Seminário-Liceu
O Seminário-Liceu de São Nicolau é, sem contestação, o maior monumento da história de Cabo Verde. Não pelo seu aspecto físico nem pelo seu tamanho mas sim pelo valor histórico, social, cultural e religioso. Referimo-nos, pois, à instituição que foi criada, por lei, e instalada na casa solarenga situada na Vila da Ribeira Brava, propriedade de um dos grandes filhos desta terra, o Senhor Doutor Júlio José Dias. 
Nos tempos não muito remotos, era a Igreja quem formava e instruía os homens. Cabo Verde, nessa altura, tinha poucos clérigos e os que existiam tinham uma formação muito sumária e era preciso melhorar essa situação.
Então, a Igreja propôs ao Estado a criação de um seminário o qual teria dupla finalidade: primeira: Formar jovens para a vida eclesiástica; segunda: suprir a falta de um liceu onde aqueles que não pretendiam dedicar-se ao sacerdócio, pudessem seguir estudos superiores ou receber uma formação literária e científica.
Dessa forma inteligente de apresentar a questão, souberam sensibilizar o Governo e este prontificou-se a patrocinar o empreendimento graças às diligências do seu fundador, D. José Alves Feijó, 29º Bispo de Cabo Verde.
Foi então, criado o Seminário-Liceu de São Nicolau, pelo Decreto de 3 de Setembro de 1866.
O nosso Seminário-Liceu, instalado em São Nicolau, orgulho dos Sanicolaenses, foi assim, a primeira escola secundária do arquipélago e da costa ocidental africana e ministrava um ensino de qualidade equivalente às universidades portuguesas. O Seminário-Liceu teve ainda, o privilégio de preparar as bases para a construção e desenvolvimento de cérebros importantes que mais tarde viriam a preparar as bases para a Independência Nacional. Pelos bancos do Seminário-Liceu de São Nicolau passaram figuras incontornáveis da intelectualidade cabo-verdiana como os escritores José Lopes, João Lopes, Baltasar Lopes da Silva, António Aurélio Gonçalves, Juvenal Cabral (pai de Amílcar Cabral), Jaime Figueiredo e vários outros nomes sonantes da cultura do arquipélago.
Forte da Preguiça
Edificado na Baía de São Jorge, no início do séc. XIX, para fazer face às razias constantes que bandos de piratas empreendiam na ilha. O porto de Preguiça era o único porto que garantia a ligação com as ilhas vizinhas.
O antigo forte, actualmente em ruínas, conserva ainda algumas das primitivas peças de artilharia. Em seu interior ergue-se um padrão comemorativo dos quinhentos anos do nascimento do navegador Pedro Álvares Cabral e um segundo padrão, mais recente, obra do arquitecto Cabo-verdiano Pedro Gregório Lopes, erguido em comemoração aos quinhentos anos da passagem da armada daquele navegador pela ilha de São Nicolau, onde fez aguada na sua rota em que descobriria o Brasil.
Orfanato Rainha Santa Isabel – Caleijão
O Orfanato Rainha Santa Isabel foi uma instituição de cariz puramente religiosa. Nele acolhiam-se crianças do sexo feminino que eram entregues aos cuidados das religiosas do Amor de Deus.
Foi instalado no Caleijão, no edifício que fora a antiga residência dos bispos. Foi fundado em 1943 e durante a sua existência, até os anos setenta, desempenhou, junto da população, um papel extraordinário na educação cívica e cristã bem como na moral e nos bons costumes. O Orfanato era visto, nos seus tempos áureos, como uma fonte de formação feminina onde as moças aprendiam a arte de bem-estar, bem-fazer e bem-servir.
Feliz daquele que conseguisse ter, como esposa, uma moça que fora formada no Orfanato. É que elas tinham uma educação cristã e cultivavam valores muito elevados como a fidelidade, o respeito e o amor ao próximo, a sinceridade, o altruísmo, a verdade, o belo, entre outros. Nas festas religiosas destacavam-se pelo coro das suas lindas vozes bem entoadas e afinadas.
Eram afamados os bordados e as rendas executados pelas mãos de fada das irmãs e das moças do Orfanato. 
Ali aprendiam a instrução primária e, normalmente, as alunas do Orfanato eram todas distintas.
O Orfanato chegou a ser prisão de alemães nazis no fim da II  Guerra Mundial. Hoje ainda de pé, orgulhosamente em ruínas, à espera de um bom restauro que lhe devolva a dignidade que teve nessa época de ouro para S.Nicolau. Existe já financiamento para o seu restauro e futuro Museu de Arte Sacra.
Paços do Concelho
É o edifício onde se encontra a sede da Câmara Municipal. Em 2006, recebeu obras de restauração e remodelação com o apoio da Cooperação Portuguesa, mantendo a sua traça arquitectónica exterior.  
Escola Central / Biblioteca Municipal
Construído em 1947, a Escola Central Mouzinho de Albuquerque é hoje um dos principais patrimónios culturais do município da Ribeira Brava. Remodelado mantendo-se a sua traça arquitectónica exterior, o imóvel é hoje a Biblioteca Municipal.

 Fonte pagina web da Camara Municipal da Ribeira Brava www.cmrb.cv

 

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