Agricultura em Cabo Verde Verde: Governo e oposição com leituras diferentes

Agricultura em Cabo Verde Verde: Governo e oposição com leituras diferentes

O Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria das Neves, disse ontem no Parlamento que a política agrícola do seu Governo tem permitido o aumento da produção no país, com a melhoria das condições de vida da população e redução da pobreza.

José Maria Neves falava no debate sobre as políticas e perspectivas para o sector agrícola, assunto que marcou o início da sessão parlamentar de Junho. Neves explicou que o seu executivo tem dado prioridade à mobilização de água para a agricultura, com a aposta na construção de barragens. 

Até agora, o país possui uma única barragem, a do Poilão (interior de Santiago), construída pela cooperação chinesa em 2006. Já foi assinado um contrato com a empresa portuguesa Monte Adriano para a construção de outras três, todas também na mesma ilha. 

José Maria Neves destacou que os resultados positivos da barragem de Poilão foram o encorajamento para ir para a construção de mais infra-estruturas do género. 

"Há apenas dois dias assinámos os contratos de mais três barragens e prevemos mobilizar mais de dois milhões de metros cúbicos de água por ano para o desenvolvimento da agricultura. E chegaremos a seis milhões por metros cúbicos/ano por 70 furos e mini barragens que fazem parte do mesmo pacote", avançou.

Até 2015 é intenção do Governo, construir em diversas ilhas mais 17 barragens nos próximos anos, com o propósito de mobilizar cerca de 75 milhões de metros cúbicos de água por ano para a agricultura. 

José Maria Neves defendeu que, além da mobilização de água, foram adoptadas medidas que favorecem o aumento da produção agrícola, a que se junta a expansão das instituições de micro crédito, e a modernização dos portos para facilitar a integração do mercado e o transporte entre as ilhas. 

A bancada do MPD (Movimento para Democracia) apresentou uma leitura diferente do sector agrícola, sustentando que o sector "sofreu um retrocesso nos quase dez anos de governação" do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

Agostinho Lopes, deputado do MpD, precisou que o actual governo encontrou os projectos da barragem de Poilão e das bacias hidrográficas já financiados e que, mesmo assim, a produção agrícola diminui. 

"O senhor encontrou o projecto financiado e assinando. Só desbloqueou as finanças para chegar até aqui. O projecto foi assinado em 2000 (ainda no Governo do MpD). E os projectos das bacias hidrográficas não foram projectos que o senhor elaborou", afirmou, acusando ainda o Primeiro-ministro cabo-verdiano de "favorecer a entrada de mais de dez pragas no país".

O Primeiro-ministro negou que a barragem de Poilão seja fruto da governação do MpD e afirmou que quando assumiu o governo existia um projecto de remodelação do Palácio Presidencial que foi reorientado para a construção da barragem. 

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