Gabinete de Obama reitera críticas ao presidente da BP

Tony Hayward é a "cara" do fracasso da petrolífera britânica em deter o derrame de petróleo no Golfo do México, o que lhe tem valido fortes críticas, acentuadas por declarações que fez como a de que ninguém como ele queria resolver o derrame porque queria a sua «vida de volta».

Segundo uma porta-voz da BP, Sheila Williams, Hayward fez um intervalo na supervisão das operações no Golfo do México para poder assistir, com a família, à regata na ilha britânica de Wight, na qual participa um veleiro de que é co-proprietário. A porta-voz acrescentou que é o «primeiro dia livre» de Hayward desde o início do derrame, a 20 de Abril.

«Não é importante onde ele está, porque ele continua a par do que se passa», afirmou outro porta-voz da companhia, John Curry.

Contudo, para o chefe de gabinete do Presidente norte-americano, Rahm Emanuel, a viagem de Hayward é «mais um fiasco de relações públicas», a última de «uma longa série de 'gaffes'». Emanuel, que falava à televisão norte-americana ABC, acrescentou: «Tem a sua vida de volta, como ele diria».

No Golfo do México, a bombagem do petróleo derramado foi retomada hoje às 06:30 locais (12:30 em Lisboa) depois de uma interrupção de 15 horas devido ao bloqueio numa conduta de refrigeração anti-incêndio.

A bombagem está a ser feita pelo Discover Enterprise, um enorme petroleiro a operar a cerca de 80 quilómetros da costa dos EUA, capaz de recolher 15 mil a 18 mil barris de petróleo por dia.

Além do petroleiro, as operações de recolha do petróleo derramado envolvem também uma plataforma flutuante, a Q4000, que recupera e queima até 10 mil barris por dia.

No total, e em média, a BP está a recuperar 25 mil barris por dia, segundo a guarda-costeira norte-americana, enquanto o poço submarino verte diariamente entre 35 mil a 60 mil barris (9,5 milhões de litros) por dia.