PAZ ETERNA À ALMA DO SAUDOSO AGUINALDO LISBOA RAMOS

PAZ ETERNA À ALMA DO SAUDOSO AGUINALDO LISBOA RAMOS

 Manhã do dia 14 de Junho 2010. Fatídica e aziaga para AGUINALDO LISBOA RAMOS ou GUINALDE d’ BICISE, como muita gente grande de Saninclau o chamava.

Este dilecto filho, marido, pai e irmão; dedicado tio, primo e amigo tinha acabado de expelir, na cidade da Praia - Ilha de Santiago, rodeado de seus entes mais queridos, o seu último fôlego. 

A notícia correu célere e chegou a todos os cantos de Cabo Verde e um pouco por todo o Mundo. Cá dentro e lá fora, a dor, pela perda de tão ilustre filho Sanicolaense e não só, foi grande. A saudade, mormente para os familiares e amigos, foi profunda. Através da comunicação social (Rádio, Jornais e Televisão), telefones fixos e móveis, internet, etc., a morte do GUI de BICIS foi anunciada e comentada. Nas comunicações havidas, palavras de pesar, consolo e elogios, não foram poupadas. Este respeitável jovem Ribeira-bravense acabara de cumprir a sua missão por estas bandas. O seu ciclo de vida chegara ao fim. Aconteceu com ele e…, estejamos cientes, vai acontecer, um dia, também, connosco. Cada um à sua maneira, à sua sorte.

Este digno e nobre filho das Ilhas, nasceu na Vila da Ribeira Brava, São Nicolau, a 22 de Outubro de 1942. Filho terceiro da Sra. Dona Maria Amélia Lisboa (Bicis), hoje com a bonita idade de 94 anos e do Sr. Pedro Ramos, comerciante, conhecido em São Nicolau por Nhô Pede Quirino. Faleceu em São Vicente há alguns anos. Se não estou errado, ao todo GUI tinha 09 irmãs e irmãos.

Ele desfrutava de peculiaridades ímpares, como ser humano. Tinha sentimentos tão nobres e sublimes quão humildes eram as suas qualidades. Por isso, não é meu propósito vir para aqui falar de forma extensiva das virtudes desse Homem. Aliás, ter essa pretensão, mormente em simples meia dúzia de palavras, ainda que escrevinhadas por um íntimo companheiro de infância, um colega no verdadeiro sentido da palavra, um admirador e incontestável amigo, não passa de um despautério.

No entanto, mesmo assim não me coíbo em falar, ainda que em traços muito breves, da nossa amizade e convivência tanto em São Nicolau como em São Vicente, enquanto companheiros de infância, estudantes no mesmo período e moradores na mesma casa. Em casa de Bia de Frank Nana ou, carinhosamente, Tia Bia para todos. Uma senhora expedita, culta, amiga.

Em casa dessa extraordinária senhora, que Deus a tenha em sua guarda, em Chã de Alecrim, éramos uns quantos e passo a citar: João e Aguinaldo Lisboa Ramos (Djunga e Gui d’ Bicis), Eurico Pascoal, Zeca Germano, António Faria e Maria de Lourdes, filhos da Bia de Frank Nana, a Hirondina e eu (Vinícula). Em tratamento, ainda nesse período, foi nosso companheiro, o sobrinho da Tia Bia, o Adelino de Cuna.

De Chã de Alecrim nos trasladámos para a Rua João Machado, para uma moradia de um só cómodo, frente à casa do Poeta José Lopes, onde se nos veio juntar o Bruno (espero não me ter enganado no nome).   

GUI granjeava amizades facilmente, com toda a gente. Como muitos outros colegas, ia comigo, nas ferias grandes, à Fajã à casa da minha avó Mãe Mana. Ela gostava muito dele. Achava-o desembaraçado e muito acertado nas coisas que dizia. Do tipo de colega que a Mãe Mana e tia-avó ManTêtê gostavam que fosse comigo. Gostavam tanto do Gui como gostavam do Eurico, mormente, por causa do seu pai António J. Almeida, Nábze ou N’tône Joquim Progéna, como lhe chamavam ManTêtê e Mãe Mana, o carpinteiro e pintor mor dos “cacarecos” da casa da minha avó, na Fajã.

Na década de 50/60, para mim, o Aguinaldo Lisboa Ramos teria sido, sem dúvida, um dos melhores alunos Patchê no Liceu Gil Eanes. As suas notas, normalmente, eram consistentes em todas as disciplinas. Houve sempre muita coerência nas suas médias de fim de período. Como colega de escola e companheiro de casa, a nossa amizade era excelente. Em todos os momentos foi um ao conselheiro e amigo.

Até no quartel, enquanto Alferes Miliciano em S. Vicente, contaram-me, não permitiu abusos de superiores contra soldados ou recrutas indefesos. Foi sempre assim a sua estirpe.

Um cidadão consciente dos seus deveres e patriota singular. Os altos cargos que desempenhou, designadamente na Agricultura, área da sua formação profissional e no Ministério dos Negócios Estrangeiros, primeiro como Secretário-Geral e depois como Diplomata, falam por si.

Representou Cabo Verde em Angola e junto da Santa Sé, em Roma, como Embaixador e, mais tarde, junto da FAO, em Mali.

AGUINALDO LISBOA RAMOS, o saudoso GUI ou GUINALDE de BICISE para muitos outros. Assim como foste cá na Terra um gentelmen, uma pessoa cordata, um homem íntegro, um humilde servo, de certeza, no Além, assim serás e, estou certo, sentarás ao lado do Deus Pai Todo-poderoso, pois esse é o lugar destinado a Homens de carácter nobre e espírito impoluto.

Requiescat In Pace (R.I.P)

Espargo, 14 -06-2010

VINICULA DOS SANTOS

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Obrigado a todos.

Volta e meia venho parar aqui. Se calhar procurando algum conforto, que as vossas palavras amáveis e sinceras sempre me dão.
Obrigado a todos.

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Adeus GUI!

Não vou dizer mais nada sobre o Gui, poi o meu irmão Vinícula já o fez com mestria. Apenas acrescentarei, adeus meu amigo e que a terra te seja leve!
Um beijo grande à família enlutada: à mãe Bicis, esposa Zinha, filhos e irmãos, Djunga e Osvaldo.
Eterna saudade.
Gaga

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Desaparecimento físico do Gui

Amigo Zé Pedro! Como diz o Carlos Germano, "ficamos todos mais pobres". Eu acrescentarei, mais pobres e mais tristes para o resto das nossas vidas. Mais uma vez, Meu Amigo, tal como o Gui, também de infância, um Muito Obrigado pela HOMENAGEM linda que prestaste ao Gui, com palavras profundas, que só podiam ser ditadas pelo coração de UM GRANDE AMIGO. Aproveito, também, para, através desse site, desejar uma boa consolança a TODA a FAMÍLIA do GUI.
Com a frase que o Djunga se lembrará, me despeço, (tâ tchorâ guisa d' morte) em HOMENAGEM ao Gui, assim: Oh! Gui.... assim q'ê munde...ahm............

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Que saudades

Com muita saudade recordamos assim este homem digno de um bela homenagem como esta . Parabéns SNINFOR

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Gui d'Bicis

Li com lágrimas nos olhos as tuas palavras, Vinícula. Não há mais nada a acrescentar senão que de facto ficámos mais pobres com esta perda. Será que teremos hipótese de continuar a desfrutar da companhia de tão grande Alma no Além?! Aproveito aqui para dar os meus mais sentidos pêsames à familia, pois a minha emoção à flor da pele é tamanha que não me consigo consolar nem enfrentar as pessoas em tais momentos .Um abraço a todos

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